Batalha de MCs da Santa Cruz

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Que venha 2010 porque ele promete!


As paredes aqui de casa já estavam perdendo a cor de tanto olhar para elas. Novembro tem sido um mês especial bem diferente do Novembro passado, a turbulência deu lugar a uma calmaria deliciosa acompanhada de muito "fervo".
De todas as coisas boas que tenho feito nenhuma se compara a 5 minutos de conversa com os amigos principalmente os novos amigos, pois é, descobri muitos amigos de verdade nesse novo ano. 2009 sem dúvida é um ano a se esquecer muitos momentos tristes onde a dor física era muitas vezes espiritual e os dias ficaram num tom cinza como nunca tinha visto... Mas paro e penso em cada telefonema, cada palavra de carinho, cada sorriso que ganhei, nas noites no MSN, nos rolês e tenho a sensação de ter valido à pena.
“Deus fecha uma porta e abre uma janela” sempre ouvi as pessoas dizerem isso e agora faz muito sentido. Para cada dia perdido ganhei um sorriso e para cada lagrima um “conta comigo!”. Acredito em todas aquelas frases clichês sobre superação. Tá La no perfil do Orkut: “ o tempo ensina coisas que os dias nunca souberam” inacreditavelmente, hoje, posso rir de tudo aquilo como se tivesse acontecido há anos.
Nessa caminhada a musicoterapia foi a grande aliada muito MvBill, Michael Jackson, Talib, Pedro Mariano, Tupac, Simoninha, John Legend, Rincon Sapiência, Kamau, Seu Jorge, Hi-Tek bateram nos ouvidos como um mantra fora o som dos amigos e as gratificantes descobertas musicais fuçando pelo My Space alheio. Noites em claro, filmes no You Tube, livros para manter a mente sã. Estudos sobre uma matéria nova, prestei vestibular para mãe agora no ultimo 16 de Julho e tô curtindo bastante a faculdade rs.
É o mundo dá voltas senti raiva, saudade, decepção, tristeza, desespero, vergonha, ri de mim mesma, me arrependi, tentei matar algumas pessoas, tive as melhores conversas, chorei horrores, perdi a fé em Deus e no amor por alguns segundos, amei muito, engordei, emagreci, pensei em desistir e o principal: cresci muito como pessoa e como mulher. Quando a gente entra na vida de alguém não sabe direito o que esperar. Uma pena não ter tudo escrito num caderninho “se você escolher vermelho hoje as coisas acontecerão assim e se for azul assado” Mas dizem por ai que “o futuro a Deus pertence” e eu tô pagando para ver aonde tudo isso vai dar!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ai, essa saudade!


E lá fui eu consultar mais uma vez meu velho Aurélio a procura do significado da palavra saudade. Fora descobrir que é o nome de uma planta da família das asclepiadáceas a definição não fugiu muito do que sempre imaginei ser essa tal de saudade.

1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia:


Na maior parte do tempo associamos saudade ao amor, aquele amor carnal entre homem e mulher, mas percebi que vai muito além, é a falta que sentimos de tudo aquilo que de alguma forma significou algo em nossas vidas. Cheiros, gostos, músicas, momentos, a forma como nos sentíamos em relação a algo ou alguém, pessoas, lugares, comidas.

A saudade não se manifesta só na ausência de quem se ama, acho até uma coisa inevitável, lembrar é sentir saudade. Dá para sentir saudade até do que não se viveu. Talvez esse sentimento sugira nosso envelhecimento, seja uma forma piegas de pensar que o tempo passou - claro que daqui a quarenta anos terei muito mais para lembrar ou sentirei ainda mais falta do que me dá saudade hoje, disso não tenho dúvida.

Difícil mesmo é saber lidar com ela, li uma vez que saudade é a alma dizendo para onde ela quer voltar, achei triste, mas lindo. É assim que vejo a saudade como uma vontade louca de ter 15 anos de novo, comer a comida que só nossa mãe faz, ficar de pernas para o ar, sentir o coração acelerar só de ver aquele sorriso, tirar boas notas, chorar de rir com os amigos, sentir o cheiro da pessoa amada, passear com o cachorro, ler um texto lindo, ouvir a voz de alguém...

Inevitável não se debulhar em lágrimas quando se está diante da saudade. É possível lembrar “ como se fosse hoje” de cada momento sempre que nos dá vontade. Essa, para mim, é a forma mais doce de se sentir triste, é a falta, o sentimento de perda principalmente quando recordar nos faz sentir saudade de nós mesmos.

Mas a vida é bem melhor assim, com cheirinho de mofo e um pouco de nostalgia!

terça-feira, 10 de março de 2009

" DEFINIÇÕES

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não... Amor é um exagero... também não.Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação, Esse negócio de amor, não sei explicar. "

Mario Prata

domingo, 10 de agosto de 2008

Rap ganha novos espaços sem deixar de ser rua




A calçada do Colégio Marista Arquidiocesano e o charmoso bar do Hotel Cambridge são palco de uma das mais importantes vertentes musicais do país, o rap. O estilo musical tido como coisa de “maloqueiro” e que antes se restringia às periferias cresce e ganha cada vez mais espaço com o Hip Hop.
O movimento é o mesmo, não perdeu a essência. Rap, break e graffit agora têm local fixo e hora marcada, seja na Welcome To Hip Hop, na Jam Black Undergroud ou na Batalha de Mc´s da Santa Cruz. Na agenda é só reservar as vésperas de feriado e sábados à noite para ir a duas das festas mais comentadas da cidade ou então à batalha de free style que há dois anos revela talentos.
Conhecido por dar espaço a festas alternativas, o Hotel foi a escolha de Tato Sales Ribeiro, 28, da Jam Black Produções, que fez do berço da bossa nova nos anos 50, reduto para quem aprecia o bom underground. A produtora que começou em 2004 já levou ao Cambridge Paula Lima, Kl Jay e Dj Premier, “Minha intenção era atender a um público que sentia falta de espaços que tocassem música negra alternativa, como havia nos anos 90”, disse Tato que reúne cerca de mil pessoas por festa.
Em frente ao Arquidiocesano acontece a Batalha de Mc´s da Santa Cruz organizada pelo Afrika Kidz Crew. Os meninos da Santa Cruz abrem espaço para os novos talentos em uma batalha que dá 30 segundos para cada Mc em uma disputa melhor de três. P.R., Bitrinho, D. Flow, Ericone, Jay-P., 10= (desigual), Loko da Sul, L.T.A., M.T. e Marcelo “gugu” são responsáveis pelo barulho das rimas improvisadas em estilo livre na calçada do colégio que este ano completa 150 anos.
As roupas largas e coloridas foram substituídas por um estilo que mistura o gangster ao esportivo, mas a atitude continua a mesma. “Rua, é quem faz o rap por amor, por coração, quem faz porque sabe que existe boa música, e que no rap existe boa música. Rua define tudo que gosto e levo como vida” define P.R. um dos idealizadores do Afrika Kidz.
Não mais visto como coisa de favela, o Hip Hop, mostrou o valor de seus elementos. Para Tato “A cena que vivia restrita a rodinhas tem ganhado cada vez mais espaço porque música boa não precisa de rótulo”. Por isso não dá para conter iniciativas como a do AFK, da Rinha dos MC´s ou ignorar o sucesso de festas como as do Zoeira Hip hop, Central Acústica e Copam.
O charme da rua atrai um novo público. Estar em lugares clássicos e tradicionais traz novas oportunidades - Boa parte dos freqüentadores da Batalha a conheceu por freqüentar o shopping que fica do outro lado da rua. Esses novos espaços acrescentam na cultura, não a depreciam e podem vir a se tornar parte de sua história como a saudosa Estação São Bento.

sábado, 3 de maio de 2008

Rolê



Celular tocando, acordo ao som de Cheri Dennis. Do outro lado da linha Pekena, me recrutando para ver um show do Afrika Kidz. Eu penso: dia frio, mas sem chuva, trabalhei a semana toda... Tô dentro!
Duas horas depois tô na catraca da santa cruz esperando a pontualidade em pessoa. Meia hora após o combinado lá estamos eu, Pekena, Lta, Poeta, Salada, Batata e Caio juntando dinheiro. 7 reais! Três vão ao supermercado e o resto fica para ver se chega mais alguém. Logo os meninos voltam com uma garrafa de Doli limão e outra de Pitu.
Munidos de “combustível” descemos até o ponto de ônibus para pegar o Terminal Capelinha – 695 T, com destino ao Céu Casa Blanca. Para complementar 6 saquinhos de amendoim e a descoberta de que o Terminal Capelinha passava na avenida mesmo e correr na rua porque ele passou bem na hora.
Nas palavras do Poeta, agora, no “bus boteco” ainda levaria um bom tempo para chegar ao Céu. Coisa de quem é rua: comer amendoim e tomar pinga com refrigerante no ônibus. Coisa de adolescente. Sem saber direito o caminho, que, aliás, nem o cobrador sabia, o jeito foi dar risada e conhecer melhor esses meninos que fazem free style.
Uma informação errada e descemos um ponto depois, crentes de que tínhamos que ir para o número 1807. Ainda bem que o Batata é um ótimo guia. Após muitos adesivos colados e algumas fotos, chegamos ao número 1087 da Estrada de Itapecerica. Cinco minutos e estávamos, finalmente, no Céu Casa Blanca.
Primeira parada: banheiro, com papel graças a Deus! Depois de aprender alguns macetes sobre papel higiênico e lugares públicos, o problema foi o sumiço dos meninos, perdemos uns 10 min, Pekena e eu, tentando saber de onde vinha aquela música. A ineficiência do guarda que pedimos ajuda me fez forçar a porta do palco umas três vezes. Ai se a gente abre e sai no meio da apresentação...
Todos devidamente cumprimentados vemos a passagem de som e lá estão 10=, Marcelo, Bitrinho, Tuché, Loko, Dan Dan, Slim. O show começa, música é música, não dá para ficar parado. Com shows de Loko da Sul, Tuché, Bitrinho e HadjiSuinara, João Xavi, fomos para ver a batalha e ouvimos ótimos beats e rimas. Mas nada valeu mais a pena que o momento nostalgia em que Dan Dan e Pelé contaram como era a noite quando eles de 32 e 31 anos, respectivamente, tinham a nossa idade.
Show terminado, a crew se junta para ir embora o ônibus agora é o Vila Mariana. No primeiro que passa o motorista pára, não abre a porta e sai, para o desespero de quem o aguardava no frio. Mesmo assim o pessoal ainda tem tempo de deixar sua marca no painel que mostra o itinerário da linha. Todo mundo que passar ali, agora, vai saber qual é o myspace do Bitrinho.
Passados todos os ônibus possíveis pegamos o Vila Mariana. A volta rende ainda mais risadas. O destino é a casa do Julio, mas a noite termina no Andrei, com muitas histórias, beats, rimas e, claro, cerveja.
O triste depois de um bom role é trabalhar no outro dia.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Aprendendo

Tem dias que a gente acorda pensando que não falta nada, só que de repente o mundo vira de ponta cabeça. Sem perceber nos vemos frente a problemas que nem ao menos sabemos de onde vieram. Logo lembramos daquelas frases auto-ajuda do tipo “tudo tem seu lado bom”. Por mais que a fé em Deus seja inabalável tem horas em que tudo que precisamos e gritar um sonoro “Fudeu!” e correr para o lugar que lhe pareça mais seguro.
É impossível manter um largo sorriso no rosto quando não se sabe que rumo sua vida vai tomar ou de qual caminho que se perdeu. Os problemas não são a parte difícil, o árduo é retomar tudo da estaca zero e saber que os planos foram por água abaixo.
Desilusão, medo, insegurança e um sentimento derradeiro de perda e nostalgia tomam conta. Os dias tomam para si o tom mais cinza que se possa imaginar.
E essa é só mais uma etapa daquilo que chamam de crescer. Eu to aqui, crescendo...